terça-feira, dezembro 05, 2006

é só um rascunho pra te dizer o quanto te amamos

Ô, Matilde, querida, fica assim não... Te li ontem e hoje acordei pensando nas suas palavras. É uma vida amargurada mesmo, às vezes. Eu não rezo mais, você bem sabe, também não vou mais pra encruzilhada chamar Exú, mas você nem imagina a corrente que eu e a Ni fizemos aqui, só de pensamento positivo pra você passar logo no tal no concurso, e se não neste, em outro. Pra que você mude logo de vida, que a vida também cansa. Eu não quero me vitimar, não, mas olha só, você tem o seu moço aí, do seu lado, junto com você, pra te ajudar, te amparar, até pra te encher o saco, que os moços fazem isso muito bem. Eu, aqui, e onde quer que vá, só tenho moços de papel, de retrato; e aquele que eu espero tanto, o tal poeta que ainda vou conhecer, quando na Sorbonne, nem de papel eu tenho, é só moldura só, que eu já deixei pronta pra quando ele chegar. O meu amor é feito de nuvem, de água diminuta suspensa no ar. Pensa nisso, Matilde querida. E olha também, se você quiser uma companhia pra tomar um café, é só me chamar. Sei que é longe, mas eu vou sim. Hoje eu tenho cincão, dezão, até quinzão! eu tenho e daria todas as minhas moedas pra te alegrar um pouco que fosse.Também te deixaria filar todos os meus cigarros; é claro, se isso não prejudicasse muito a sua bronquite, a asmática, que prejudicar um pouco não é mal. Por você, Matilde, eu troco até uma tarde no shopping! Mentira, que não gosto mais de shoppings. E mentira de novo, que não te troco por nada. Amamos você. Bisou bisou.

Um comentário:

Dani disse...

Minha amiga tão querida, que bom que você existe. Já não me sinto mais tão solitária. É só tristeza diante das coisas, que é inevitável, né?
te amo, je t'aime, que é bem chique.

 
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