quarta-feira, fevereiro 28, 2007



Amor em tons de cachaça,
arrebenta-peitos.

Foste uma pedrada no meu coração.






sexta-feira, fevereiro 23, 2007

sexta-feira, fevereiro 16, 2007


The passion of Dance, Richard Judson Zolan




aqui busco uma letra que não quer. e como
a agonia da palavra muda. mas já não me canso do que sinto velho.


quarta-feira, fevereiro 14, 2007

fragmento para honey-Lú, honey-Zão, honey-Sil, honey-Pipa, honey-Mô. hoje a poesia tirou férias.

Summer of 1909, Frank Weston Benson



Os homens criaram datas para rezar, dançar e até para comer chocolates. Só se esqueceram de que não existem horas para ser feliz. Nem para morrer.


uma merda só hoje. não sei porque o dicionário do meu computador insiste em não aceitar esta palavra. merda. foda-se agora. tá tudo uma merda mesmo. triste sabe?, nada a ver com depressão. apenas triste. a vida tem cada coisa, honey. que custo a entender. e, no fim, não entendo mesmo. nem tomei banho ontem. e, surpresa, ou não: não me importo. estas calças e estes tênis não me deixam sentar confortável. e o palito com o qual prendo os meus cabelos machuca a minha nuca. sonhei que andava só de camisola. camisolinha. mas, acordada, sei: não sou mais criança. uma pena. ser gente grande é das coisas mais doídas que já vi. pior do que quando a mamadeira atrasa. sinto dores nas costas. e um sono que me faria dormir mil anos. se pudesse. e quem pode? só os mortos mesmo têm esta regalia. e tem muito sangue preso por aqui. talvez até demais. sorry pelas palavras duras. sorry, também, por usar palavras não nossas. mas algumas coisas precisam ser ditas em línguas estranhas. para que eu pense que continuam a ser segredos só meus. meus cigarros acabam incrivelmente rápido. ou é meu tempo que anda lento? não sei. mas, que saber?, em meio a tudo isto que desconhecemos já não sei mais o que é secreto e o que pode ser escancarado, gritado aos berros. roucos. porque a voz é fraca. ou, então, porque não sabe falar. hoje: nada na agenda. muito bom. ou não. percebe que não decido nada... meu lugarzinho é mesmo em cima do muro. de onde vejo a vida passar. e ela vai passando passando... e comprar sapatos não ameniza nada. só me faz sentir que tenho pés a menos. sinto preciso de uma ligação. um fio que me segure. mesmo que um fiozinho prata numa embalagem de presente. estou na linha, querida, mas nem mesmo o trem passa para me dizer: hi, dear, quero passar. então eu fico. como, talvez, sempre tenha ficado. mais um cigarro. e um chorinho de criança no fundo. junto às marteladas do pedreiro do vizinho. carros e carros e carros. os sons existem. mas o silêncio é ensurdecedor. não os sons. da vida de fora. mas o silêncio. daqui. das palavras que não vêm nunca. nunca. nunca. nunca mesmo.
então, que fazer?
me calo. nos pés.
te amo.

bisou .

terça-feira, fevereiro 13, 2007


Dying

Is an art, like everything else.
I do it exceptionally well.

(Sylvia Plath)






segunda-feira, fevereiro 12, 2007

"você prefere sexo ou Häagen-Dazs?"

Romance Barato, de Celso Cruz, interpretado por Carlos Rahal



terça-feira, fevereiro 06, 2007


Alee in Park Von Schloss Kammer, Klimt




Herr Doktor,
te pago fortunas de quartos de horas a preço de poemas natimortos. Você me poda feito flores baças. Sim, Doktor, eu entendo. Apenas (re)sinto que sangra.




segunda-feira, fevereiro 05, 2007







auri sacra fames





sexta-feira, fevereiro 02, 2007


Mathematical Bridge, Cambridge, UK
Lady Lazarus



I have done it again.
One year in every ten
I manage it-----

A sort of walking miracle, my skin
Bright as a Nazi lampshade,
My right foot

A paperweight,
My face a featureless, fine
Jew linen.

Peel off the napkin
O my enemy.
Do I terrify?-----

Yes, yes Herr Professor
It is I.
Can you deny

The nose, the eye pits, the full set of teeth?
The sour breath
Will vanish in a day.

Soon, soon the flesh
The grave cave ate will be
At home on me

And I a smiling woman.
I am only thirty.
And like the cat I have nine times to die.

This is Number Three.
What a trash
To annihilate each decade.

What a million filaments.
The peanut-crunching crowd
Shoves in to see

Them unwrap me hand and foot-----
The big strip tease.
Gentlemen, ladies

These are my hands
My knees.
I may be skin and bone, I may be Japanese,

Nevertheless, I am the same, identical woman.
The first time it happened I was ten.I
t was an accident.

The second time I meant
To last it out and not come back at all.
I rocked shut

As a seashell.
They had to call and call
And pick the worms off me like sticky pearls.

Dying
Is an art, like everything else.
I do it exceptionally well.

I do it so it feels like hell.
I do it so it feels real.
I guess you could say I've a call.

It's easy enough to do it in a cell.
It's easy enough to do it and stay put.
It's the theatrical

Comeback in broad day
To the same place, the same face, the same brute
Amused shout:

'A miracle!'
That knocks me out.
There is a charge.

For the eyeing of my scars, there is a charge
For the hearing of my heart-----
It really goes.

And there is a charge, a very large charge
For a word or a touch
Or a bit of blood

Or a piece of my hair or my clothes.
So, so, Herr Doktor.
So, Herr Enemy.

I am your opus,
I am your valuable,
The pure gold baby

That melts to a shriek.
I turn and burn.
Do not think I underestimate your great concern.

Ash, ash--
You poke and stir.
Flesh, bone, there is nothing there-----

A cake of soap,
A wedding ring,
A gold filling.

Herr God, Herr Lucifer
Beware
Beware.

Out of the ash
I rise with my red hair

And I eat men like air.


Sylvia Plath
-

quinta-feira, fevereiro 01, 2007


Maria tinha se cansado de pensar. E de ler sobre o que pensara. Suas teorias, hipóteses, suas especulações sistematizadas, seus pensamentos avaliados, as suposições desenvolvidas, tudo isso a tinha cansado. A teoria das pedras a estava devorando. Toda a ciência acumulada a estava consumindo. Queria mais era passar a mão no telefone. E discar os números da sorte. Ou da falta dela.


 
Free counter and web stats