Laura Burltonse estou feliz? não, não sei o que é isso, meu senhor. meus amigos correm todos. apenas um se senta e me lê uma poesia. fala coisas desconexas e fuma cinco cigarros de uma vez. um para cada sentido seu.
eu tenho um amigo que sente.
e grita. e canta. consome tudo. até o fim. engasga cospe vomita. e começa tudo mais uma vez.
não usa sapatos. tem pés descalços, à mostra.
desenha nos corpos, pinta cores no céu. e enfeita os cabelos das flores da primavera anoitecida. essa pessoa, ela, tem olhos de mares de beira de serra, coração de cumeeira. corre pra pegar a estrela que caiu do ceú... tropeça no sonho de ontem. e abre as grades das palavras esquecidas.
policromia de alma nova, de, há tanto tempo, gasta, colhe os planetas do azul, enquanto cobalto, paira,
indecifravelmente,
pelas paredes do apartamento enfumaçado.
é a pessoa mais bonita que eu vi.
6 comentários:
São tão belos os amigos que assim ficam. Incomensuráveis...
beijos
Lindo!é você...
bjo e muito carinho,
Rafa
Faz os olhos e os sentidos sorrirem...
Beijos
Sabe? Sou muito parecido com o seu amigo.
É verdade que sinto pouco, do muito que há para (por) sentir, que agora não sei cantar -salvo em silêncio e que quase não como ; por isso quase que não vomito. Que não suporto andar sem sapatos porque mesmo as flores do caminho me magoam os pés, que não sei desenhar, nunca soube embora pinte um pouco, que meus cabelos são brancos; lavo-os ,não sei enfeitá-los. Quanto aos olhos não sei, não os vejo mas eles gostam do mar e do céu, é certo. Não tropeço nos meus sonhos porque estou sempre caído por eles; de costas para não perder o céu.
Como vê sou muito parecido ainda que nada bonito, me parece.
e também a beijo muito amistosamente
geraldes de carvalho
que pincéis tintam
assim
beleza
?
que nuances pálidas não
dizem
palavra
?
Voltou do Rio, chérie?
Suas palavras surpreendem, como sempre.
Sonho com sua visita e planejo a minha.
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